PROJETO EM PARCERIA
AULAS ABERTAS
Transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Faculdade de São Bento de São Paulo. Basta acessar o link ao lado no horário da aula: YouTube - FSB-SP
Convivialidade e Comensalidade:
A MESA ENQUANTO TÓPOS
Resumo: À mesa se educa. Memórias são evocadas, transmitidas e preservadas e não somente por meio de fermentados, assados e cozidos, mas especialmente por olhares, palavras e gestos. O que se encontra ao redor e sobre a mesa é essencialmente veículo de afetividade e preservação de costumes, seja em seu aspecto matérico, que perfaz e transmite o saber palatável, seja no aspecto simbólico, que estreita vínculos e reforça os sentidos de comunidade e de identidade (em última instância, é um relevante momento de páthos coletivo). Partindo dessas premissas, a palestra propõe uma reflexão sobre as muitas camadas que constituem o tópos da mesa na convivialidade e na comensalidade.
Profa. Dra. Isabella Magalhães Callia
Doutora em Literatura, Língua e Cultura Italianas pela FFLCH/USP, atua como docente e pesquisadora nas áreas de Italianística e dos Estudos da Alimentação, dedicando-se à comensalidade na literatura e na história da arte. É coordenadora do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar ‘Os sentidos como alimento’ (GEOSCA, CNPq) - investigando os aspectos estéticos e simbólicos da relação do homem com a comida -, e membro do Comitê Científico Internacional da revista Koiné da Universidade de Bolonha. UNIFESP, Campus Osasco, Centro Paula Souza, CEHAL\PUC-SP e Universidade de Coimbra, 2018, 2019, 2020 e 2022).
Sóror Juana Inés de la Cruz: Trajetória Intelectual, Poesia e História
Resumo: A partir da trajetória intelectual de Sóror Juana Inés de la Cruz, serão investigadas, entre outros aspectos relacionados ao contexto histórico e sociocultural América espanhola colonial, as estratégias das “mulheres de letras”, que frequentemente optaram pela carreira religiosa para ter acesso ao universo intelectual e à experiência da criação artística.
IVAL DE ASSIS CRIPA
Possui graduação em Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade de São Paulo, mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo, com a dissertação sobre a história política do México nos anos 30 (Paco Editorial). Possui doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas, com a tese sobre Octávio Paz e a história da América Latina, publicado pela editora Prismas (2016). Pós-doutorado sobre Imprensa, Literatura e História no Brasil e no México, junto ao Centro de Estudos sobre a História da América-Latina e o Caribe (CEHAL) da PUC/SP. Professor das disciplinas de História da América Latina, Relações Internacionais, Teoria da História e Filosofia do Direito na UNISA, UNIFIEO e Faculdades Integradas de Guarulhos, entre 1996 e 2016. Professor do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Fatec São Roque nas áreas de História da Arte e de Memória, História e Patrimônio Histórico em 2017 e 2018. Membro das Comissões Organizadoras e das Coordenações do I, II e III, IV Seminário Internacional de Gestão do Patrimônio Histórico em Contextos Ibero-Americanos (eventos promovidos pela UNIFESP, Campus Osasco, Centro Paula Souza, CEHAL\PUC-SP e Universidade de Coimbra, 2018, 2019, 2020 e 2022).
Aspásia de Mileto, uma estrangeira em Atenas
Resumo: Esta palestra pretende pensar o feminino na Grécia antiga a partir de Aspásia de Mileto, uma mulher estrangeira, que habitava em uma cidade dominada por homens cidadãos que controlam suas mulheres e que lhes oferecem um gineceu. Este era um local exclusivo onde elas deviam exercer suas atividades manuais, afastadas das letras. Não dispomos de informações suficientes para traçar uma biografia de Aspásia. No entanto, temos acesso a algumas informações acerca dessa mulher, nascida por volta de 470 a.C., em Mileto, uma cidade da Ásia Menor. Os dados biográficos relativos a ela aparecem com maior frequência na biografia de Péricles, escrita por Plutarco, ou seja, somente cinco séculos depois da época em que ela viveu. Assim, uma breve biografia dessa personagem pode ser traçada a partir do relatado de Plutarco na Vida de Péricles, dos capítulos XXIV ao XXXII. Plutarco nos apresenta uma mulher que conhecia a arte da sedução, com a qual conquistava estrategos vitoriosos, ao mesmo tempo em que era sábia e detinha muitos conhecimentos, utilizados para conquistar os sábios. Plutarco nos faz lembrar de Cleópatra, outra personagem feminina retratada nas biografias de Júlio César e de Marco Antônio, caracterizada pelo uso da beleza e da inteligência como armas de conquista, como vemos nesta afirmação: “Cleópatra o apanhou, mostrando-se para ele brilhante, e ele foi ainda conquistado por sua conversa e graça.” (Vida de César, 49.4). Ou ainda, “o amor de Cleópatra o atacou, despertou nele ainda muitas paixões escondidas e silenciadas, e o deixou em êxtase báquico” (Vida de Antônio, 25.1-4). É importante notar que ambas são estrangeiras, mulheres letradas, conquistadoras de grandes conquistadores cidadãos, em um mundo onde o poder e a força masculinas despontam. Por isso, causa espanto e estranhamento haver mulheres que rompam com esses paradigmas e que se transformem direta ou indiretamente em sinônimos de poder e força femininas.
MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA SILVA
Graduada, Mestre e Doutora em História pela USP, com estágios na EFR/Itália (PDEE/CAPES) e na UNL/Portugal (FAPESP). Pós-Doutora em Estudos Literários pela Unesp/Araraquara e em Letras Clássicas pela USP. Pesquisadora do Grupo Heródoto/Unifesp. Pesquisadora do Taphos/MAE/USP. Líder e professora colaboradora do Grupo LABHAM/UFPI. Pesquisadora do Grupo Linceu/Unesp-Araraquara e do Grupo Retórica Antigua da Universidad de Cádiz. Autora de "Plutarco Historiador: Análise das Biografias Espartanas", 2006; "Plutarco e Roma: O Mundo Grego no Império", 2014. Plutarco. "Da Malícia de Heródoto", estudo, tradução e notas, 2013, todos publicados pela Edusp. Tradutora de Plutarco e Heródoto.
Assista à gravação da palestra abaixo: